Thursday, October 26, 2006

Ponta do Duende

O sol entra e sai pelo mar, cursa nossas cabeças para acender sombras, definida no mostrar do existir, fugaz na forma de refletir contorno irregular do ser, das árvores e das montanhas, das nuvens ao luar, cobrindo instantes do prazer de esconder e mostrar-se nua.
Caminhamos e elas acompanham imitando a arte do viver, nada a pedir, nada a oferecer, expõe efeitos na forma crua de gravar os movimentos da luz que não vê, no espaço do ocupado vazio, fantasia retrata a projeção desigual, do existir em si na maneira do desejar.
Os duendes que se fazem alma acompanham imagens que não vi nas sombras que deixei nos lugares que passei a contemplar. O sol fica a pino é hora de enfraquecer e lá na frente ele se faz tarde que nunca é tarde para olhar sem se ver, caminhar sem saber, encontrar sem querer.
Avejão de alegrias, de fantasias na forma de brincar quando, a chama da vela projeta suas mãos macias, faz a ave voar na imaginação de uma criança que busca aparição na vez de sonhar, no sono menino onde o sol não pode alumiar. O cheiro da raiz envolve a áurea azul e fixa no lugar.
Viandar com carinho do duende nos beijos e nos desejos, para encontrar o que fica no peito, no coração, nos gestos delicados do pulsar a vida de quem amou por amar, sem nada pedir em troca, a não ser no jeito doce de se dar. Luz na seiva das águas, o amor pelo vigor do amar.
Olympio de Azevedo
17.Out.2006.

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